Repórter do DGABC é cerceado em Mauá; presidente da APJ se posiciona

Com RAPHAEL ROCHA/ Diário do Grande ABC

A GCM (Guarda Civil Municipal) de Mauá tentou impedir a cobertura jornalística feita pela equipe do Diário do Grande ABC durante a inauguração da EM Jonathan Gomes de Lima Pitondo, no Jardim Maringá. Integrantes da corporação se revezavam em uma espécie de bloqueio ao jornalista Daniel Tossato, que acompanhava a solenidade na qual estava presente a prefeita Alaíde Damo (MDB).

Após o discurso, a chefe do Executivo foi visitar algumas salas de aula. Neste momento, um GCM impediu a entrada do jornalista ao recinto e liberou outras pessoas. Em outra situação, enquanto indagava Alaíde a respeito de temas relacionados à administração, um guarda blindou a emedebista. Outro perguntou ao repórter por que ele fazia aquelas indagações à prefeita: “Este não é o momento para esse tipo de pergunta”.

O presidente da APJ (Associação Paulista de Portais e Jornais), Renato Zaiden, lamentou a situação. “Independentemente de quem seja o agente público e principalmente agente público que detém mandato, ele tem a obrigação de dividir a opinião com a sociedade. No caso citado, a prefeita tem o direito de não responder às questões, mas nunca atuar para que elas não sejam realizadas. Esperamos que a prefeita reavalie sua posição e evite situações como esta.”

POSIÇÃO DA PREFEITURA

Por nota, o governo Alaíde declarou que tal medida foi adotada porque Tossato acompanhou a prefeita no trajeto até a sala e fez perguntas sobre temas que não estavam relacionados à educação. O jornalista indagou sobre a situação da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), que deve ser entregue à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), e sobre a demissão de Paulo Barthasar (PSL) da Secretaria de Relações Institucionais. Embora de maneira sucinta, a prefeita respondeu aos dois questionamentos.

“A Prefeitura de Mauá informa que a inauguração da EM Jonathan Gomes de Lima Pitondo foi aberta ao público e à imprensa. Havia uma sala disponível em que a prefeita Dona Alaíde receberia os jornalistas, conforme informado no local, mas o jornalista acompanhou o trajeto que a prefeita realizou, questionando temas que não estavam relacionados à educação. Sobre as agressões, não atuamos desta forma, até porque havia outras pessoas que presenciaram a cena”, diz a Prefeitura.