Descarbonizar a cadeia produtiva é meta para transição energética em SP até 2050

Esta coluna da Associação Paulista de Portais e Jornais (APJ) é publicada por 14 líderes de prestígio regional com circulação no Estado de São Paulo.

Wilson Marini – Rede APJ
wilson.marini@gmail.com

A transição energética é tema prioritário no Estado de São Paulo, de acordo com definição em 2023 da InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), do governo estadual. Um dos objetivos é tornar o setor privado um parceiro estratégico do poder público e apoiar as ações do Governo de São Paulo para descarbonizar a cadeia produtiva paulista. Temas como descarbonização, neoindustrialização e economia circular foram incorporados à gestão de vários órgãos da administração estadual em ações e programas voltados para a transição energética.

Matriz de carbono líquido zero

O Plano Estadual de Energia 2050 (PEE) tem como meta uma matriz de carbono líquido zero. Nessa trilha, o Estado se compromete a criar políticas que incentivem agentes públicos e privados a buscar tecnologias menos poluentes ou compensar as emissões de gases do efeito estufa por processos que removam CO2 da atmosfera.

Projetos privados em andamento

Nesse sentido, a agência mapeou 23 projetos privados que já estão em andamento em São Paulo, focados em transição energética, que devem receber quase R$ 25,7 bilhões em investimentos e gerar 7,7 mil empregos. Alguns exemplos são a produção de carros que utilizam motores híbridos-flex como alternativa sustentável à gasolina; e a construção ou reforma de fábricas e usinas que gerem energia ou combustíveis renováveis a partir de fontes sustentáveis, como bagaço de cana e resíduos sólidos urbanos. Toyota, Syngenta, Votorantim Cimentos e Bracell são algumas das empresas que anunciaram investimentos focados em transição energética no Estado.

Frase

“Compensar as emissões de carbono não depende apenas do poder público, mas também da adoção de métodos produtivos e de uma logística de baixo carbono pelo setor privado. Cabe a nós incentivar e garantir todas as condições para que esse tipo de investimento cresça em São Paulo”, diz a diretora de Estratégia e Inteligência da InvestSP, Marília Garcez.

Hidrogênio de baixo carbono

A InvestSP firmou uma série de parcerias para garantir que a iniciativa privada, o setor produtivo, o poder público e a academia trabalhem em conjunto na atração de investimentos em transição energética. Por exemplo, com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Universidade de São Paulo (USP), por meio do InovaUSP.

Em Iracemápolis

Um segundo acordo foi assinado com a GWM, montadora chinesa que investirá R$ 10 bilhões em uma fábrica em Iracemápolis, no Interior do Estado. Ela deve atuar em estudos e projetos para a implantação de uma rota logística de veículos movidos a hidrogênio e a identificação de parceiros para geração e fornecimento do combustível a partir de fontes renováveis.

Etanol tem papel fundamental

São Paulo tem potencial para a geração de hidrogênio de baixo carbono a partir da reforma do etanol, matéria-prima da qual o Estado é o maior produtor do país. Além de substituir combustíveis poluentes, como gasolina e diesel, o hidrogênio também pode ser usado como insumo por indústrias de vários setores. Ele está presente, por exemplo, no processo de produção da amônia verde, usada na fabricação de fertilizantes.

Biometano

As apostas para uma economia limpa também passam pelo incentivo ao biometano (gás produzido a partir de materiais biológicos), à amônia verde (principal matéria-prima para a fabricação de fertilizantes verdes), ao etanol de segunda geração (também produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar) e outras alternativas verdes para abastecer as cadeias de energia, gás, transportes e indústria.

PIB dos municípios

A Fundação Seade acaba de disponibilizar o painel do Produto Interno Bruto – PIB dos municípios paulistas. Com informações consolidadas em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a plataforma concentra grande volume de dados permitindo análises interativas, como por exemplo a representatividade municipal em números percentuais no total do Estado de São Paulo, os valores da produção de riqueza da localidade de interesse, entre outras extrações.

Por regiões

Além do detalhamento das informações por municípios, os dados podem ser extraídos também por regiões administrativas e metropolitanas para o período de 2002 a 2021. Interativa, a plataforma confere agilidade aos usuários para consulta, interpretação e extração de dados a partir de variadas camadas de informações como setores, períodos e valor adicionado. Acesse em //pib.seade.gov.br/municipal-ranking/

Diminuição da informalidade

Análise da Fundação Seade mostra que do total de 24,2 milhões de ocupados no 3º trimestre de 2023 no Estado de São Paulo, 31,3% estavam na informalidade, com pequena redução em relação ao trimestre anterior (-0,3%). Em relação às mulheres, a taxa de informalidade pouco variou (de 32,1% para 32,0%) e a dos homens diminuiu (de 31,2% para 30,7%). O estudo, respaldado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, contempla empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada, trabalhador doméstico sem carteira assinada, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

No Interior

No interior e no litoral do Estado, do total de 12,6 milhões de ocupados, 29,5% estavam na informalidade no 3º trimestre de 2023, decréscimo de -0,3% em relação ao trimestre anterior. A taxa de informalidade das mulheres (30,8%) diminuiu 0,8%, enquanto a dos homens permaneceu estável em 29,1%.