Contexto Paulista: Rede de fibra ´óptica de alta velocidade integra universidades e projeta infovia em SP

Acaba de ser lançada uma rede de fibra óptica de alta velocidade que permitirá a conexão das universidades paulistas entre si e com instituições do exterior para compartilhamento de dados científicos, materiais didáticos e processamento computacional de alto desempenho. Além disso, poderá servir como um ambiente multiusuário para pesquisa na área de engenharia e de computação. Batizada de Backbone SP, a rede interligará as universidades de São Paulo (USP), Presbiteriana Mackenzie, as estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp), além das federais de São Paulo (Unifesp), de São Carlos (UFSCar) e do ABC (UFABC) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A informação é da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Maior ponto de tráfego do mundo
São Paulo já é o maior ponto de tráfego de internet no mundo. A marca foi atingida em março de 2021, durante a pandemia de Covid-19, segundo Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). “Passamos Frankfurt [na Alemanha], que era o maior do mundo. Isso aconteceu porque aqui há pessoas que cooperam para que isso funcione da melhor maneira possível. Estamos orgulhosos de que isso funcionou e que internet continua sendo desenvolvida em um esquema de cooperação voluntária e adequada”, avaliou Getschko.

Escala
O Backbone SP interligará as oito universidades paulistas a uma velocidade de 100 Gigabits por segundo (Gbps), suficiente para atender à demanda atual dessas instituições de pesquisa, mas é escalável e pode ser aumentada de acordo com a necessidade. “O uso de dados é cada vez mais crítico. Essa infraestrutura é fundamental para toda a ciência que é feita no Estado de São Paulo e é importante que seja usada da melhor forma possível”, avalia Luiz Eugênio Mello, diretor científico da entidade.

Internacional
De acordo com João Eduardo Ferreira, coordenador da Rednesp, o Backbone SP também será a espinha dorsal para conexão das universidades paulistas às redes acadêmicas internacionais, feita por meio de cabos submarinos localizados nos oceanos Atlântico e Pacífico. Além desses dois cabos foi contratado um terceiro para assegurar a conexão em caso de eventuais problemas nos dois links internacionais. Por meio desses links a Redenesp está vinculada às redes acadêmicas internacionais, como a Americas Africa Lightpaths (AmLight) e a RedCLARA, da América Latina.

Infovia para redes privadas 5G
O Backbone SP também está preparado para viabilizar conexões de iniciativas das universidades paulistas que demandem maior largura de banda, como redes 5G privadas. Baseado em tráfego de dados, o padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e de banda larga está possibilitando o surgimento de redes privadas para interligação de diversos dispositivos baseados em internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).

Próximo passo
“O que estamos propondo como próximo passo é que o Backbone SP sirva como uma infovia para trocar dados das redes 5G privadas, que, apesar de fechadas entre si, precisam se comunicar e interligar todos esses dispositivos de conectividade das universidades como alternativa à infraestrutura de comunicação de longa distância disponibilizada pelas operadoras”, diz Ferreira. A fim de demonstrar a viabilidade da ideia, os pesquisadores da Rednesp, em parceria com a Nokia, fizeram uma demonstração do funcionamento de uma rede privada 5G.

Início em 1988
Desenvolvido ao longo dos dois últimos anos, o Backbone SP será operado pela Research and Education Network at São Paulo (Rednesp), a antiga Rede ANSP. “A Rede ANSP, criada em 1988 pela Fapesp para atender as três universidades estaduais paulistas [USP, Unesp e Unicamp], rapidamente abriu caminho para a internet no Brasil. Até 2020, foram aportados US$ 125 milhões para a gestão dela”, diz Marco Antonio Zago, presidente da Fundação.

Breves paulistas
● A InvestSP e o Sebrae promovem até a terça-feira, 11 de outubro, a 10ª edição do Seminário SP Export, com especialistas em comércio internacional. O evento acontece no São Paulo Expo.
● A Usina Santa Adélia conectará suas unidades processadoras e fazendas em Jaboticabal e Pereira Barreto com o sinal móvel da operadora TIM. Todos os processos que envolvem o ciclo da cana-de-açúcar serão digitalizados. A usina tem área de 60 mil hectares.
● O setor calçadista brasileiro já exportou mais de janeiro a setembro de 2022 do que em todo o ano passado. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e setembro, as exportações do setor somaram 107,9 milhões de pares, que geraram US$ 990,35 milhões. Em todo 2021, as exportações geraram US$ 900 milhões.
● Presidente Prudente passará a contar com uma loja do Amigão Supermercados, que pertence à CSD (Companhia Sulamericana de Distribuição). Com a inauguração, a rede estará presente em 13 municípios paulistas.
● Com investimentos de cerca de R$ 130 milhões, o Assaí Atacadista vai montar uma loja em São José do Rio Preto. A previsão é abrir a primeira unidade no município em 2023, ocupando um terreno de 30 mil metros quadrados.