Contexto Paulista: Tendência de consumo no país se desloca para o interior, aponta estudo do IPC

O IPC Marketing Editora divulgou estudo sobre índices potenciais de consumo no país em que concluiu por uma queda em 2024 na participação do bolo nas 27 capitais no mercado consumidor (de 27,95% para 27,80%). A tendência vem sendo registrada nos últimos anos. Em baixa, também, estão as regiões metropolitanas, que passam a responder por 45,06%. Ao mesmo tempo, o interior do país sobe a sua presença no mercado consumidor total para 54,94% no cenário brasileiro. De 2023 para 2024, a quantidade de empresas subiu 9,2% no interior e 7,0% nas capitais e regiões metropolitanas, contra 8,1% da média nacional. 

Frase

“Esse cenário [aumento de consumo no interior] pode ser explicado pela escalada do home office, pois mesmo que a empresa funcione em grandes centros, ela não necessita mais de grandes áreas de escritórios e essa modalidade de trabalho passou a ser mais frequente após a pandemia”, afirma Marcos Pazzini, responsável pelo estudo.

Agronegócios

Com um volume maior de dinheiro em circulação, aumenta a quantidade de novas empresas no território nacional. O levantamento aponta um acréscimo de 8,1% no perfil empresarial, resultando em quase 2 milhões de unidades abertas recentemente nos setores de indústria, serviços, comércio e agribusiness.

Mercados potenciais
O desempenho dos 50 maiores municípios equivale a R$ 2,804 trilhões, ou 38,3% de tudo o que será consumido em território nacional. De 2023 para cá, os principais mercados vêm mantendo suas posições, sendo, em ordem decrescente: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Fortaleza, entre outros. Cidades metropolitanas ou interioranas, como Santo André (15º), São Bernardo do Campo (17º), Ribeirão Preto (18º), São José dos Campos (20º) e Sorocaba (21º), no Estado de São Paulo; Uberlândia (22º), em Minas Gerais; e São Gonçalo (24º), no Rio de Janeiro também se sobressaem nessa lista, seguidas por outras do Interior Paulista em posições privilegiadas no cenário nacional, entre elas Bauru.  

ABC: destaque
Se o Grande ABC fosse um único município, teria o terceiro melhor potencial de consumo do País em 2024, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, e o segundo do Estado. Nos últimos dez anos, esta é a melhor posição ocupada pela região. De acordo com estudo elaborado pelo IPC Maps, e divulgado pelo Diário do Grande ABC, a cada R$ 100 gastos no Brasil durante este ano, R$ 1,75 deverá ficar nas sete cidades do ABC. Em 2023, era R$ 1,72. O crescimento representa R$ 2,3 bilhões a mais na economia.

Santo André à frente

Individualmente, Santo André é a cidade com melhor potencial de consumo do Grande ABC, sendo a 15ª do País e 4ª do Estado de São Paulo. Em seguida vem São Bernardo do Campo, em 17º no ranking nacional e 5º no estadual. 

MEIs em alta

O estudo IPC Maps projeta crescimento de 8,43% no número de empresas na região, passando de 336.302 (2023) para 364.679. Isso está ligado ao avanço dos MEIs (Microempreendedores Individuais). Nos últimos três anos (2020 a 2023) o Grande ABC registrou aumento de 30% no número de MEIs, fechando 2023 com 246.633 cadastros ativos.

Região Sudeste

A Região Sudeste mantém a liderança no ranking das regiões, respondendo por 48,9% do consumo nacional. Na sequência, vem a Sul, com uma representatividade de 18,6%, sendo quase alcançada pela Nordeste, com 17,9%. Na quarta posição está Centro-Oeste, aumentando sua fatia para 8,7%, e por último, a Região Norte, perdendo espaço para 5,9%.

Perfil demográfico

O Brasil possui cerca de 205,5 milhões de cidadãos, segundo projeções da IPC Marketing baseadas em dados oficiais após a divulgação dos primeiros resultados do Censo de 2022. Destes, 174,3 milhões moram na área urbana e são responsáveis pelo consumo per capita de R$ 38,9 mil, contra R$ 17,3 mil da população rural. 

Cidades menores compram mais pela internet

No Estado de São Paulo, 67% da população fez compras pela internet em 2024, segundo estudo recente da Fundação Seade, sendo que 56% afirmaram ter efetuado essas aquisições no último mês, sugerindo a consolidação do e-commerce no Estado. A pesquisa revelou que o hábito de comprar pela internet tornou-se mais comum em municípios com até 20 mil habitantes (75%) do que no conjunto do estado (67%) e em cidades com mais de 500 mil residentes (68%). Segundo a Seade, esse aumento nas compras online em cidades menores pode sugerir uma mudança de hábitos, com menos deslocamento para compras em cidades maiores e a substituição das lojas físicas pelo e-commerce, especialmente para eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

Energia solar em alta em SP

São Paulo é protagonista na produção de energia solar entre os estados brasileiros, registrando maior potência instalada de energia fotovoltaica na geração própria em telhados, pequenos negócios e terrenos. Segundo recente mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a região possui 4 gigawatts em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. O Estado possui mais de 423 mil conexões operacionais. Atualmente são mais de 499 mil consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz.