Contexto Paulista: SP tem 500 acidentes e 15 mortes em média por dia; estatísticas são úteis para prevenção

Wilson Marini – Rede APJ

wilson.marini@gmail.com

Esta coluna é publicada pela Associação Paulista de Portais (APJ), redesenhada por 16 líderes de prestígio regional com circulação no Estado de São Paulo.

No Estado de São Paulo, aproximadamente 500 acidentes de trânsito são registrados todos os dias, sendo que 15 pessoas morrem diariamente por causa dessas ocorrências. Os dados são da plataforma Infosiga, do governo estadual. O levantamento leva em consideração os registros de janeiro a outubro de 2022. Este é o ano com o maior número de óbitos desde 2016.

Colisão recorrente

O tipo de acidente mais comum é a colisão, de acordo com o relatório. Nessa situação, um veículo bate contra outro, o que representa 60% dos casos de problemas no trânsito. Na maioria das vezes, os registros ocorrem principalmente em vias municipais, que representam 81% das ocorrências não-fatais (quando não há mortos) e 51% das fatais. Na sequência, aparecem as rodovias, que indicam 16% e 44%, respectivamente.

Dias da semana

O relatório do Infosiga permite diversas comparações para se entender como e quando ocorrem os acidentes. Por exemplo, os três dias da semana com o maior número de casos registrados são sábado, domingo e sexta-feira, período que coincide com o fim de semana. A noite de sábado e a noite de sexta-feira são os momentos de maior incidência.

Jovens se envolvem

Em relação às idades das pessoas mortas nas vias, a faixa etária predominante é a de 18 a 24 anos, sendo que a incidência tende a ir diminuindo a cada faixa seguinte, até os 80 anos. Em 56% das vezes, a morte é do condutor, em 25%, do pedestre, e em 12%, do passageiro. O número de homens mortos é quase cinco vezes maior do que o das mulheres. O percentual é de 81%, contra 17%.

Motocicleta

Nos casos que resultam em morte, a motocicleta é o principal veículo envolvido, presente em 35% de todos os casos. Os automóveis respondem por 25%. Os óbitos ocorrem principalmente no hospital (em 51% das vezes), seguido pelo local do fato (43%).

Jovens negros paulistas

A proporção de jovens negros que não estuda, não trabalha e não procura trabalho passou de 12%, em 2019, para 13%, em 2021, o equivalente a cerca de 179 mil pessoas. Os dados são referentes ao Estado de São Paulo. Já a parcela de jovens não negros na mesma condição, permaneceu em 11% no período (aproximadamente 176 mil pessoas), de acordo com o Seade Informa Social, estudo da Fundação Seade com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.

Geração “nem-nem”

Embora a escolaridade amplie as oportunidades, há diferenças importantes entre negros e não negros. Em 2021, 22% dos jovens negros de 18 a 24 anos e 37% dos não negros estudavam (atividade combinada ou não com trabalho ou com a busca por trabalho). Por outro lado, proporção maior de jovens negros do que de não negros trabalhavam, ou procuravam trabalho, ou não estudavam, nem trabalhavam, nem procuravam trabalho – categoria conhecida como “nem-nem”.

Escolaridade em alta

Entre 2019 e 2021, aumentou o nível de escolaridade do total de jovens de 18 a 24 anos: a parcela com pelo menos o ensino médio completo passou de 78% para 81%, crescimento também verificado para os jovens “nem-nem” (de 59% para 67% entre os negros e de 73% para 78% entre os não negros).

Mulheres são destaque

As mulheres jovens são maioria no contingente de “nem-nem” (não estudam e nem trabalham), sendo que muitas delas se ocupam com o trabalho não remunerado dentro do domicílio: 41% dessas jovens negras e 36% das não negras cuidavam dos afazeres domésticos, dos filhos ou de outros parentes, proporções menores que as verificadas em 2019. Entre as jovens responsáveis pelo domicílio em que moravam, 66% tinham filhos em 2021.

Dinheiro em caixa

O governo do Estado de São Paulo deve fechar o ano de 2022 com R$ 33 bilhões de superávit financeiro, já descontados os recursos vinculados, ou seja, destinados a áreas específicas. A estimativa foi apresentada nesta terça-feira, 22, na Assembleia Legislativa paulista pelo secretário estadual da Fazenda e Planejamento, Felipe Salto, durante audiência pública sobre o cumprimento das metas fiscais.

Dívida pública

Além da previsão de saldo positivo, o relatório apontou que a dívida pública do governo vem caindo, representando, atualmente, 114% da receita corrente líquida, o menor valor de toda a série histórica. No quadrimestre anterior, era de 120%. “Isso faz com que o Estado possa contratar quase R$ 14 bilhões em operações de crédito no ano que vem”, disse o secretário, explicando que há um excesso de ofertas por conta das boas condições do Estado.

Arrecadação
Em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), quatro principais áreas puxam a arrecadação paulista. Indústria é o carro-chefe, com 38,9% do total. Na sequência, aparecem Comércio e Serviços (38,2%); Preços Administrados (21,4%); e Agropecuária (0,3%).

Queda de crescimento

O secretário da Fazenda do Estado alertou no mesmo encontro que o próximo ano deve ter um crescimento menor do PIB (Produto Interno Bruto) no país, já que a dívida deve crescer. Isso deve exigir cautela e responsabilidade dos gestores públicos, segundo ele.