Contexto Paulista: Safra do cinturão citrícola paulista deste ano é 35% superior à anterior

Wilson Marini – Rede APJ

A safra 2019/2020 da citricultura no Estado de São Paulo cresceu 35% em relação à do período anterior, segundo a secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento. Principalmente devido à diversificação das culturas, assegurada por melhoramento genético, a oferta de variedades de citros se estende praticamente durante todo o ano. A vitamina C, qualidade nutricional atribuída aos citros em geral, tem alta popularidade por seus benefícios nutricionais, cosméticos, aromáticos e farmacêuticos. O consumo de frutas in natura, sucos e água com limão são alguns hábitos disseminados para aumentar a imunidade, principalmente no outono/inverno, quando aumentam os casos de doenças respiratórias. Este ano, além da gripe H1N1 e outras enfermidades, há também a exposição ao novo coronavírus. O Estado de São Paulo abriga cerca de 80% da produção nacional citrícola. A média da produção em 2019/2020 de laranja para mesa e indústria no cinturão citrícola que engloba São Paulo, Triângulo Mineiro e o Oeste-Sudeste de Minas Gerais é de 387 milhões de caixa com 40,8 quilos.

Variedades mais procuradas

Segundo a pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) Marinês Bastianel, as variedades que estão em plena safra ou entrarão até junho são as tangerinas Cravo, Ponkan, Fremont, W Murcott, Nova, Dekopon, Murcott Olé 7L e Mexerica Rio; as laranjas de baixa acidez Lima, Piralima, Champanha e Lima Sorocaba, as  laranjas Hamlin, Barão, Westin, Rubi, Pineapple, Seleta do Rio, Sanguínea de Mombuca, Valencia Americana e Pera, as laranjas de umbigo Navelina, Baía Cabula, Baianinha e Baía Cara Cara, ainda Lima da Pérsia, limão Siciliano, lima ácida Tahiti. Em menor escala, outros citros como a Kinkan ou Kumquat e pomelos. “Todas são ricas em vitamina C”, ressalta a pesquisadora. 

Unesp contará com robô

Com a ajuda de parceiros, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) está ampliando a capacidade de seus laboratórios para a realização de testes no diagnóstico da covid-19. Uma doação realizada pelo Instituto Credicitrus viabilizará a compra de um Extrator Automatizado de Ácidos Nucléicos, um tipo de robô que permite automatizar a extração e a purificação do material genético do vírus. Por representar uma das etapas mais demoradas, e que exige maior cuidado, do processamento das amostras para os testes moleculares (RT-qPCR), a aquisição do equipamento ampliará “de forma significativa”, segundo a universidade, a capacidade de testagem do Laboratório de Biologia Molecular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, credenciado para realizar os diagnósticos de covid-19.

Corrida contra o tempo

Enquanto os protocolos manuais levam, em média, de duas a três horas para extrair doze amostras, o sistema automatizado permite extrair 32 amostras em pouco menos de 40 minutos, de acordo com a professora da Unesp Rejane Grotto, coordenadora do laboratório, cuja capacidade de processamento subirá para 500 a 600 testes moleculares por dia com o novo equipamento. “A testagem em massa é crucial para mitigação da pandemia, já que possibilita o diagnóstico em pacientes assintomáticos ou com sintomas leves, os quais são importantes transmissores do coronavírus”, explica Rejane Grotto ao Portal da Unesp. “Em um momento em que precisamos correr contra o tempo para chegarmos a uma rápida resposta, a parceria é importante para ampliarmos nossa capacidade de testar a população”, completa o docente.

Testes acelerados

O Instituto Butantan enviou à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 3.800 testes completos para a detecção de covid-19 e um robô para extração de amostras. Segundo o coordenador da Frente de Diagnósticos da força-tarefa da instituição, professor Alessandro Farias, o material já começa a ser utilizado nesta semana. Os kits de testes são de procedência sul-coreana. O robô permite a extração de 32 amostras por hora, processo que, de forma manual, leva mais tempo.

Rede da ciência

O Butantan lidera plataforma de 38 laboratórios que visa a otimizar a testagem. Diante do principal problema na realização dos diagnósticos, que é a falta e a dificuldade de obtenção de insumos, o órgão buscou coordenar o envio de materiais para os centros credenciados para o diagnóstico, sendo o Laboratório de Patologia Clínica do Hospital de Clínicas da Unicamp um deles.

Aplicativo para testes

Equipe da USP liderada pelo pós-doutorando do Instituto de Ciências Biomédicas Ives Charlie da Silva criou um aplicativo para gerar testes para a covid-19 cinco vezes mais baratos que os atuais. Trata-se de uma fita diagnóstica com um QR code que fornece rapidamente o resultado – positivo ou negativo – para covid-19.

Empreendendo na crise

Empreendedores paulistas que precisam melhorar a produtividade das suas empresas, especialmente durante a pandemia do coronavírus, podem contar com programa do governo estadual e o Sebrae, que oferece serviços digitais do Empreenda Rápido, voltado a trabalhadores formais e informais.