Comércio da Franca concentra versão impressa nos fins de semana

O jornal Comércio da Franca passou a concentrar a publicação de sua versão impressa nos finais de semana. Com isso, as edições dos dias úteis – de terça a sexta-feira – deixaram de circular. A informação aos leitores foi publicada no site do portal do jornal (www.gcn.net.br) no dia 2 de dezembro. De acordo com a matéria, depois de muitos estudos a respeito do mercado de mídia, que enfrenta crise no mundo todo, a direção do jornal decidiu reduzir a circulação do jornal. “A medida reduz custos com impressão e distribuição e é considerada fundamental para manter viva a tradição do Comércio, que com 103 anos é um dos jornais mais antigos do Brasil em circulação ininterrupta”, diz a reportagem.

Segue a íntegra da matéria:

O jornal Comércio da Franca vai concentrar a publicação de sua versão impressa nos finais de semana. A partir de agora, as edições dos dias úteis (de terça a sexta-feira) deixam de circular. Depois de muitos estudos a respeito do mercado de mídia, que enfrenta crise no mundo todo, a direção do jornal decidiu reduzir a circulação do jornal e publicar edições impressas apenas aos sábados e domingos. A medida reduz custos com impressão e distribuição e é considerada fundamental para manter viva a tradição do Comércio, que com 103 anos é um dos jornais mais antigos do Brasil em circulação ininterrupta.

Nos Estados Unidos, 1.800 jornais deixaram de circular completamente nos últimos anos. O cenário no Brasil não é muito diferente. Grandes jornais nacionais tiveram suas edições impressas canceladas nesses anos de crise, entre eles, gigantes como a Gazeta do Povo (Curitiba), Brasil Econômico, a Gazeta Mercantil, o Jornal da Tarde (do grupo Estado) e o Diário do Povo, do grupo RAC, de Campinas, que circulou por mais de 100 anos e, mais recentemente, o jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, que aos 114 anos suspendeu definitivamente sua circulação.

“São tempos difíceis que exigem decisões igualmente difíceis e corajosas. Há alguns anos, numa palestra que fiz na Associação Nacional de Jornais, antecipei este momento. A hora chegou. O modelo de negócios baseado num jornal impresso diário tem hoje enormes dificuldades para se sustentar. É preciso adaptar, para não morrer. É o que estamos fazendo, com todo o custo emocional que uma decisão dessas embute, especialmente por algumas demissões que foram inevitáveis”, diz Corrêa Neves Junior, publisher do Comércio, que reassumiu as principais funções executivas do jornal há algumas semanas.

Aposta

“O Comércio é o registro da história da cidade e região há 103 anos. Manter o impresso aos finais de semana é nossa aposta para preservar essa tradição, uma vez que o Comércio é um veículo tão querido dos francanos. Vamos melhorar as edições de sábado e domingo, que terão matérias especiais e mais espaço para articulistas, além do retorno do Nossas Letras, com textos literários. Nosso objetivo é fazer edições ainda mais completas e analíticas, para os dias em que o leitor tem mais tempo para desfrutar da leitura do jornal”, disse Joelma Ospedal, diretora-responsável do Comércio da Franca.

Em meio a essa mudança, o portal GCN faz caminho inverso e terá sua cobertura ampliada para atender ao que exige o público que vem, a cada dia, consolidando ainda mais o hábito da leitura digital. “São mais de 70 mil leitores por dia, um imenso contingente de pessoas que chega a 2 milhões de leitores por mês. Nunca fomos tão lidos. O que muda é a plataforma. O papel perde importância, o digital ganha relevância”, completa Joelma Ospedal.

Assinantes

Os assinantes do Comércio terão ampliados seus contratos, que serão migrados para os combos de final de semana: edições impressas de sábado e domingo mais acesso ilimitado ao portal GCN; acrescidos os dias referentes ao período da assinatura. “Nossos assinantes terão seus contratos convertidos em assinaturas de final de semana, sem perda alguma do valor investido na assinatura de todos os dias. Além de continuarem com as edições do Comércio mais recheadas, eles terão acesso ilimitado ao Portal GCN, que também passará por reformulações. Todo o esforço de manter o impresso é pensando em nossos leitores, que sempre acreditaram em nosso trabalho e nos motivam a fazer cada vez mais um jornalismo sério e independente”, disse Beatriz Ávila, gerente de Circulação.

Os balcões de anúncio continuam funcionando normalmente, nos mesmos horários e endereços, para a captação de classificados. “Nossos balcões continuam captando os anúncios para as edições do final de semana e para os nossos classificados online. Teremos opções vantajosas para quem fizer pacotes de anúncios, inclusive. Para as participações de falecimento, missas e homenagens, teremos um novo modelo de obituário digital, onde contaremos também um pouco da história do ente querido. Será um obituário diferente e emocionante, uma lembrança memorável”, finalizou Beatriz.

Editora do Comércio atuando durante anos na redação, Sonia Machiavelli diz que vinha sentindo o impacto das novas formas de comunicação que a revolução digital impôs ao mundo e que as medidas tomadas para manter o impresso no sábado e domingo e robustecer o portal são necessárias e inadiáveis. “O mundo mudou muito nas últimas duas décadas e nos últimos dez anos de maneira avassaladora. O Comércio resistiu até aqui heroicamente. E assim vai continuar, numa adaptação às demandas contemporâneas, de forma adaptada às necessidades deste novo tempo”, disse Sonia Machiavelli.