Contexto Paulista: Cana-de-açúcar puxa alavancagem da agropecuária no Estado

Wilson Marini – Rede APJ

wilson.marini@gmail.com

Esta coluna é publicada pelos grupos de comunicação da Associação Paulista de Portais e Jornais (APJ), rede formada por 16 líderes de prestígio regional com circulação no Estado de São Paulo

Nos últimos dois anos, houve “significativa expansão” dos aportes para a agropecuária, de acordo com a Fundação Seade, com base na Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp). Esse desempenho reflete essencialmente os valores direcionados ao cultivo da cana-de-açúcar, que corresponderam a quase 100% das inversões no segmento, tanto em 2019, como em 2020.

Os números

Entre os fatores que impulsionaram a atividade canavieira, sobressai o RenovaBio, nova política nacional de incentivo à produção de etanol e outros biocombustíveis, em vigor desde dezembro de 2019. Segundo o IBGE, a área plantada de cana no território paulista em 2019 somou 5,5 milhões de hectares, sendo que as regiões com maior participação nesse total foram São José do Rio Preto (16,3%) e Araçatuba (12,0%).

Renovação

Entre 2019 e 2020, a pesquisa registrou R$ 9,6 bilhões em anúncios de investimentos ligados à cana-de-açúcar. A maioria dos recursos (R$ 7,4 bilhões) se refere à agricultura, envolvendo expansão e renovação de canaviais. O maior investimento em canaviais (R$ 5,6 bilhões) foi noticiado em 2019 pela Raízen (Cosan-Shell). Em 2020, a liderança coube ao grupo São Martinho (R$ 1,3 bilhão).

Termômetro estadual

●     Segundo a secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, São Paulo fechou 2020 com estoque de emprego próximo ao nível de 2019 (-0,01%). “Fechamos com saldo próximo de zero, ou seja, a aceleração que tivemos no segundo semestre compensou a perda que tivemos no pior momento da pandemia”, diz a secretária Patrícia Ellen.

●     Em 2020, a  Junta Comercial do Estado de São Paulo teve o melhor saldo líquido de abertura de empresas em São Paulo desde de 2013. Foram abertas 224.153 empresas, e o saldo líquido de abertura foi 15% maior do que o registrado em 2019.

De olho nos oceanos

O Estado de São Paulo instituiu o primeiro Plano de Manejo de uma área de proteção marinha do Brasil por meio do Decreto 65.544, a Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Centro (APAMLC). Bom lembrar que a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que entre 2021 e 2030 o mundo viverá a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, a “Década do Oceano”.

Evolução

A elaboração do Plano de Manejo foi iniciada em 2013 e conduzida de forma participativa, com a realização de 30 encontros presenciais com representantes de diversos setores que atuam no território, desde as prefeituras, a pesca artesanal e industrial, o trade turístico, as universidades e as comunidades locais e tradicionais.

Geossítios protegidos

Inédito no país, o programa tem como destaque a ampliação das regras de proteção e recuperação dos manguezais, além de estabelecer o distanciamento de atributos sensíveis como costões, lajes e a distância das praias. Para a Ilha da Queimada Grande, por exemplo, foi proibida a pesca de arrasto no entorno de 500 metros e criou-se o ordenamento turístico na área onde se localiza o recife de corais mais ao sul do Atlântico. O programa é o primeiro a incluir oficialmente os geossítios, cuja seleção se deu por meio do inventário do patrimônio geológico do Estado de São Paulo.

Renovação

O ordenamento da atividade de pesca de grande e pequeno porte, de forma sustentável, agora contempla também todos os setores da atividade com vistas à renovação do estoque pesqueiro. Para tanto, houve a destinação de uma área de linha de costa até cinco milhas para uso de baixa escala, privilegiando a pesca artesanal. A área marinha de Peruíbe, por exemplo, se tornou um espaço de interesse de pesca de baixa mobilidade e passará a ser de uso exclusivo para pescadores de baixa escala, residentes nas comunidades locais.

Peixes em alta

A piscicultura brasileira produziu 758.006 toneladas em 2019, crescimento de 4,9%. Os dados são da Associação Brasileira de Piscicultura e estão inseridos no Anuário Peixe BR de Piscicultura, de 2020, que revelou ainda um crescimento de 31% na produção de peixes de cultivo nos últimos seis anos. São Paulo é o segundo maior produtor.

Tilápia em destaque

Com produção de 432.149 toneladas, a tilápia representou 57% de toda a piscicultura brasileira em 2019, segundo o levantamento. Com esse resultado, o Brasil consolida-se na 4ª posição entre os maiores produtores de tilápia no mundo.

Parceria na cidade

A Unimed São Carlos lançou a campanha Unindo São Carlos (www.unindosaocarlos.com.br/). Através do site, os setores de comércio e serviços da cidade podem cadastrar gratuitamente seus produtos e atendimentos oferecidos aos consumidores, destacando quais medidas de segurança estão tomando diante da pandemia de coronavírus. (Primeira Página, Rede APJ).

Café e turismo rural

Encontro gratuito on-line programado em Bragança Paulista vai fomentar uma conversa sobre o potencial turístico de cidades como Serra Negra, Amparo, Monte Alegre do Sul e Socorro, entre outras que, além da paisagem montanhosa, possuem clima agradável, água mineral e cafés de qualidade produzidos regionalmente. O nome do evento é “Café e Turismo Rural – Um Blend de Possibilidades”. Será na quinta-feira (11), a partir das 9h. Acesso//www.youtube.com/c/CDRSagricultura