Wilson Marini – Rede APJ
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) acaba de anunciar ter produzido uma fibra óptica feita de ágar. Além de “comestível”, o dispositivo é biocompatível e biodegradável. Um dos usos possíveis no corpo humano seria a detecção de microrganismos em órgãos específicos – caso em que a sonda, depois de implantada e de atender ao objetivo, seria completamente absorvida pelo organismo. A pesquisa foi desenvolvida pelos professores Eric Fujiwara (Faculdade de Engenharia Mecânica, Unicamp) e Cristiano Cordeiro (Instituto de Física GlebWataghin, Unicamp), em colaboração com o professor Hiromasa Oku (Universidade de Gunma, Japão). Artigo a respeito foi publicado pelos autores no periódico Scientific Reports, do Grupo Nature. Outra aplicação promissora é o uso simultâneo da fibra como sensor óptico e meio de crescimento para microrganismos.
O que é a ágar
A ágar, também chamada de ágar-ágar, é uma gelatina natural extraída de algas marinhas. “Nossa fibra óptica consiste em um cilindro de ágar, com diâmetro externo de 2,5 milímetros e um arranjo interno regular de seis orifícios cilíndricos de ar, com 0,5 mm de diâmetro cada um, circundando um núcleo sólido. A luz é confinada devido à diferença entre os índices de refração do núcleo de ágar e dos buracos de ar”, disse Fujiwara à Agência FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Os pesquisadores testaram a fibra em diferentes meios: ar, água, etanol e acetona. O fato de a gelatina sofrer alterações estruturais sob variações de temperatura, umidade e pH torna a fibra adequada para fins de sensoriamento óptico, disse Fujiwara.
Proteção em supermercados
O Sindicato do Comércio Varejista de Bauru e Região divulgou resultado positivo de pesquisa realizada nos dias 11 e 12 de maio sobre os reflexos da pandemia entre os trabalhadores do segmento. O resultado: não há registro de nenhum caso de contaminação pelo coronavírus no universo de 5.003 funcionários de 26 lojas, dos quais 4.672 trabalham de forma presencial, 248 estão afastados por pertencerem a grupos de risco e 83 trabalham em home office. Segundo o presidente do Sincomércio, Walace Garroux Sampaio, para o atendimento ao público, os estabelecimentos seguem protocolos previstos em decretos municipais, que incluem a distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas, aferição de temperatura dos funcionários no início e final de cada jornada e o controle da entrada de clientes, entre outros cuidados.
Ventiladores pulmonares de baixo custo
A USP e o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo se preparam para iniciar a produção em escala do ventilador pulmonar emergencial Inspire, desenvolvido na Escola Politécnica (Poli). Trata-se de equipamento de baixo custo, que pode ser produzido em até duas horas, com tecnologia nacional, sendo mais barato dos que os aparelhos disponíveis no mercado. “Não podemos descansar quando há pessoas morrendo”, diz o reitor da universidade, Vahan Agopyan. “A pandemia mostrou que há a necessidade de o país ter sua indústria, sua própria tecnologia”. Nos próximos dias, terão início os testes de produção para o primeiro lote. A previsão é de que em duas semanas os primeiros aparelhos possam ser distribuídos. Serão produzidos de 25 a 50 unidades por dia.
Heparina contra a covid-19
Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colaboradores europeus revela um possível novo mecanismo de ação do fármaco heparina no tratamento da covid-19. Além de combater distúrbios de coagulação que podem afetar vasos do pulmão e prejudicar a oxigenação, o medicamento parece também ser capaz de dificultar a entrada do SARS-CoV-2, o novo coronavírus, nas células. Em testes de laboratório, feitos em linhagem celular proveniente do rim do macaco-verde africano, a heparina reduziu em 70% a invasão das células pelo vírus. Os resultados do estudo foram descritos em artigo publicado na plataforma bioRxiv, ainda em versão pré-print (sem revisão por pares). A pesquisa contou com a participação de cientistas da Inglaterra e da Itália.
Fármaco versátil
“Existiam indícios de que a heparina, que é um fármaco que desempenha várias funções farmacológicas, também tinha capacidade de prevenir infecções virais, incluindo por coronavírus, mas as evidências não eram muito robustas”, disse à Agência Fapesp Helena Bonciani Nader, coordenadora do projeto do lado brasileiro. “Conseguimos comprovar essa propriedade do medicamento em ensaios in vitro”.
Toyota comemora no Interior
A Toyota comemorou quatro anos de sua fábrica de motores em Porto Feliz, no Interior Paulista, onde emprega cerca de 600 pessoas. Desde a inauguração, produziu aproximadamente 500 mil motores. Emprega 600 trabalhadores. Foi erguida com investimento inicial de R$ 580 milhões e recebeu mais R$ 600 milhões para produzir o motor a combustão 2.0 do novo Corolla. Em Porto Feliz também são fabricados os propulsores flex e a gasolina 1.3 e 1.5 que equipam os modelos Etios e Yaris.