Contexto Paulista: São Paulo ficará sem canudos plásticos no início de 2020

Wilson Marini

Agora, não tem volta. O governador João Doria, o secretário de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, e o presidente da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), Fernando Capez, assinaram em conjunto o decreto que proíbe o fornecimento de canudos confeccionados em material plástico no Estado de São Paulo. A medida é regulamentada pela Lei nº 17.110, de 12 de julho de 2019, e foi publicada quarta-feira no Diário Oficial do Estado. Entrará em vigor em 120 dias.

O que diz a lei

A lei veda a distribuição de canudos de plásticos em estabelecimentos comerciais como hotéis, bares, restaurantes, padarias e clubes, entre outros, além de orientar para a utilização desse objeto confeccionado em papel reciclado, material comestível ou biodegradável.

Meio ambiente preservado

Segundo o Procon, as multas poderão variar de R$ 530,60 a R$ 5.306,00 (no caso de reincidências). “O objetivo dessa lei não visa meramente à punição, mas sim sensibilizar as pessoas sobre a responsabilidade de cada um no cuidado com o meio ambiente”, diz Penido. Os canudos plásticos estão provocando enormes danos à fauna marinha e a colocação, nas praias e nos estabelecimentos, de lixos inorgânicos, incapazes de serem absorvidos organicamente, segundo Capez.

Menos dinheiro, menos noivos

Pelo terceiro ano consecutivo, o número de casamentos legais caiu no Estado de São Paulo. A tendência de queda vem se acentuando depois de um período de alta nos casamentos, especialmente de 2003 em diante. Em 2016, porém, teve início a queda, o que coincide com a crise econômica do país. De acordo com estatísticas do Registro Civil do Estado de São Paulo, elaboradas pela Fundação Seade, em 2018 foram feitos 279.899 registros de casamento, quase 12 mil a menos do que em 2017, quando foram contadas 291.943 uniões, o que significou queda de 4%. Em 2016, foram 296.546 registros.

Mais velhos

A média de idade dos noivos também tende a aumentar. Em 2017, a média era de 33,9 anos para homens e de 31,3 anos, para mulheres. No ano passado, a média passou para 34,7 anos para os homens e 32,1 anos para as mulheres. Os dados são baseados em registros dos cartórios civis.

Laranja em alta

As exportações de suco de laranja brasileiro tiveram uma alta de 33% no primeiro trimestre da safra 2019/20, em relação ao mesmo período da temporada passada. Os embarques do Brasil, maior exportador global de suco de laranja, atingiram 291.767 toneladas entre julho e setembro, registrando receita de 508,4 milhões de dólares no período, alta de 23% ante o primeiro trimestre da safra anterior.

Notícia positiva

Repercute bastante nos meios médicos científicos a notícia, divulgada oficialmente na última semana, sobre tratamento inovador contra o câncer, feito com células reprogramadas do próprio paciente e inédito na América Latina, conduzido por pesquisadores do Centro de Terapia Celular da USP em Ribeirão Preto.

Remissão comprovada

A novidade bombou depois que um paciente, funcionário público aposentado, morador de Belo Horizonte, recebeu a informação de que um exame de imagem constatou que o linfoma em fase terminal, que dava como prognóstico a ele apenas mais um ano de vida, tinha entrado em remissão total, ou seja, sem nenhum sinal de células cancerígenas. O paciente recebeu alta no último dia 12 e deve retornar a Ribeirão em três meses para refazer os exames. Mas só será considerado “curado”, de fato, se durante os próximos cinco anos não surgirem indícios de novas células cancerígenas. Esse é o protocolo usual no caso desse tipo de doença.

Tratamento inovador

Por não reagir a nenhum outro tratamento e estar muito debilitado, o paciente foi selecionado para passar pela terapia experimental como último recurso, o chamado “uso compassivo”. Ele foi incluído no protocolo de pesquisa e recebeu o novo tratamento com as chamadas células CAR-T no início de setembro. Nessa terapia, os linfócitos T foram coletados do sangue do próprio paciente e alterados em laboratório para que reconhecessem e atacassem as células cancerígenas ou tumorais. Depois de cultivados e multiplicados, eles foram injetados de volta ao corpo por meio de infusão. O paciente, que mal conseguia levantar da cama, em quatro dias depois já não sentia mais dores, em uma semana voltou a andar e, vinte dias depois, os exames não detectaram células cancerígenas no organismo.

Expectativa

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, membro da equipe, se diz confiante que o tratamento é definitivo. “Neste momento, não há manifestação da doença”, diz. “Ele era cheio de nódulos linfáticos pelo corpo. Sumiram todos. Ele tinha uma dor intratável, dependia de morfina todo dia. É uma história milagrosa e com final muito feliz”.

Voluntários

O grupo de pesquisadores pretende agora iniciar um protocolo de pesquisa com um número maior de voluntários. Na fila estão dois pacientes com linfomas de alto grau em vias de receber a infusão de células reprogramadas.