Contexto Paulista: Da uva para a logística, Jundiaí se molda à economia global

Wilson Marini – Rede APJ

wilson.marini@gmail.com

Esta coluna é publicada pelos grupos de comunicação da Associação Paulista de Portais e Jornais (APJ), rede formada por 16 líderes de prestígio regional com circulação no Estado de São Paulo

“Jundiaí, que já foi Terra da Uva, hoje é da logística”. Com esse título, o Jornal de Jundiaí, da Rede APJ (Associação Paulista de Portais e Jornais) destaca em reportagem que o município vem despontando como uma das principais cidades do país para investimentos empresariais. A cidade se moldou, ao longo do tempo, às demandas mundiais, e agora à nova realidade exigida pela pandemia da covid-19. Já foi Terra da Uva, da Indústria, com grandes empresas têxteis e alimentícias, e hoje vem se destacando na produção de componentes eletrônicos e, sobretudo, na logística.

Em expansão

A tendência foi apontada pelo jornal esta semana com base na notícia de que a prefeitura anunciou que Jundiaí receberá uma grande operação logística da Total Express, uma das maiores transportadoras do Brasil, num galpão de 25 mil m², que deverá abrir mil postos de trabalho. “Com o e-commerce, as empresas de logística tendem a estar próximas para compartilhar recursos. São Paulo concentra a maior parte dessas empresas, mas há um raio em volta da Capital onde elas se instalam. Jundiaí está no limite deste raio, mas tem atrativos, como infraestrutura”, diz Nelson Taversani, diretor de uma incorporadora que faz galpões industriais no município.

Serviços

Gestor de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da cidade, Cristiano Lopes diz que Jundiaí tem diversidade econômica, mas os Serviços vêm se destacando. “O setor de Serviços ganha destaque, primeiro, por atender às necessidades dos demais setores como agro, comércio, indústria e tecnologia. É um setor forte em Jundiaí porque os demais setores são igualmente fortes. Em segundo lugar, Serviços atende demandas como saúde, estética, lazer, esporte, gastronomia, entre outros. Os MEIs representam um terço de todas as empresas da cidade”.

Economia forte

Segundo ele, Jundiaí tem a 17ª economia do país e a 7ª do estado e pretende crescer mais. “Estão previstos investimentos no transporte ferroviário e também no aeroporto. (…) Temos atuado para a internacionalização da economia de Jundiaí, o que significa atrair novas empresas multinacionais, incentivar as exportações e fomentar a inovação tecnológica”. O gestor destaca plataformas como a Exporta Jundiaí e a Jundiaí Empreendedora, que darão suporte para este crescimento.

Fluxo contínuo

CEO da Contrail, empresa que opera o Terminal Intermodal de Jundiaí (TIJU), Rodrigo Paixão dá como exemplo desse dinamismo a Contrail, que tem trens diários ao Porto de Santos, “além das operações com caminhões que realizamos do Porto do Santos até os clientes de Jundiaí e Região”.

Importações em alta

Com mais de R$ 3 bilhões em importações, Jundiaí foi a terceira cidade de São Paulo e a oitava do Brasil que mais importou em 2020. Nesse quesito, no contexto estadual Jundiaí ficou atrás apenas da Capital e de Paulínia. “Entre 2016 e 2020, Jundiaí disparou em importações. Em 2006 era a 52ª cidade importadora no Brasil, hoje é a 8ª. Jundiaí está evoluindo de forma brutal. Importar R$ 3 bilhões, com o dólar a R$ 5,50, dá cerca de R$ 16 bilhões, o valor equivale a um terço da produção da cidade”, diz Mariland Righi, da Delta Análise de Cidades. A distribuição logística e a alimentação da produção industrial são os principais fatores dessa tendência.

Comparativo

“Jundiaí ainda produz bastante uva, com 20 mil toneladas em 2020, mas não é nada perto da produção industrial, que foi facilitada por linhas automatizadas. Os serviços em Jundiaí estão principalmente no transporte, telecomunicações e informática, energia, educação e saúde”, diz Righi.

PIB em alta

O PIB paulista cresceu 1,7% no primeiro trimestre, segundo a Fundação Seade. Na comparação com o mesmo período de 2020, houve aumento de 5,9%. No acumulado dos quatro trimestres em relação aos quatro trimestres anteriores, o crescimento foi de 1,5%.

Projeção para 2021

Com base no desempenho da atividade econômica no início do ano, segundo o Seade, houve uma revisão para cima das projeções para o PIB paulista em 2021, que agora situam-se entre 4,7% e 7,6%, com média de 6,0%.

Breves paulistas

●     A Sabesp e a Comgás inauguraram em Osasco segunda-feira (31) a primeira Estação Elevatória de Água com bombeamento a gás do Brasil.

●     A fábrica de Jacareí da Caoa Chery está ampliando seu quadro de 560 para até 630 funcionários.

●     A Avery Dennison, empresa global de ciência em materiais, anunciou o início da construção de nova planta em Vinhedo para fabricação de etiquetas inteligentes.

●     A Rede Tonin oficializou nesta semana junto à prefeitura de Porto Ferreira a construção da primeira loja do atacarejo na cidade, segundo o Primeira Página (Rede APJ).

Otimismo

Pesquisa realizada pela Fiesp/Ciesp entre os dias 6 e 14 de maio, com cerca de 400 empresários, aponta moderado otimismo no setor industrial. De acordo com o levantamento Rumos da Indústria Paulista, as perspectivas para o final de 2021 são de crescimento médio de 10,2% das vendas e estabilidade no quadro de colaboradores (variação positiva de 0,3%).