Busca de produtividade editorial não leva à perda de qualidade, diz jornalista

O jornalista Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), vice-presidente
Editorial do Grupo RBS e vice-presidente do Fórum Mundial de Editores, afirma que jornalismo não é uma ciência cartesiana, mas, sim, uma atividade que combina senso de responsabilidade, idealismo, precisão, sensibilidade e criatividade.

Em entrevista ao site Jornalistas & Cia. ele explica como o meio impresso vem se adaptando às transformações impostas pelo meio digital e por que acredita que os jornais tornaram-se um porto seguro contra a desinformação e a
radicalização, dois efeitos colaterais do mundo em rede.

Jornalistas&Cia – O pior da crise da mídia impressa já passou ou ainda se espera que o ciclo avance, fazendo encolher ainda mais as tiragens nessa plataforma?

do jornalismo uma atuação mais vigorosa e rigorosa, diante da enxurrada de notícias falsas
mundo afora. Isso requer equipes altamente
preparadas para desafios tão complexos. Os
jornais estão respondendo à altura a esses
desafios?

Rech – Ainda há muito espaço a ser
ocupado pelos jornais. O jornalismo faz
fact-checking por natureza, mas é preciso
deixar mais claro esse papel exercido pelos
jornalistas profissionais, que compartilham
em escala mundial técnicas e valores éticos
comuns à profissão. Precisamos deixar mais
claro, em última análise, que estamos no
ramo do acerto, enquanto no submundo
digital muitos estão no ramo do erro. Nos
jornais, acreditávamos que essa percepção
externa viria por gravidade, mas, diante do
desafio gigantesco da desinformação, é preciso acelerar procedimentos e atitudes. Para
isso, os jornais terão de ser cada vez mais
verificadores de fatos do que apuradores de
notícias comuns. O jornalismo do futuro será
reconhecido como o certificador profissional
da realidade.